As mulheres são responsáveis por 83% de todas as compras. Você sabia disso?

Tenho que admitir: mulher é bicho esquisito mesmo, né? Mas fique você sabendo que o público feminino é bem mais interessante para o comércio. E, antes que comecem as piadas, saibam que somos responsáveis por 83% de todas as compras, como explica Martha Barletta em seu livro Como as mulheres compram.

Aderi à moda das pulseiras com penduricalhos. Já faz alguns anos que trago no pulso tudo que me lembre momentos felizes, amizades, viagens, conquistas… Quem inventou isso desenvolveu um prático mercado de presentes. Todos os anos ganho de pessoas queridas berloques de prata que compõem o bracelete.

Fiquei triste quando um desses enfeites resolveu enroscar e os que vinham depois dele ficaram presos. Ah! Que graça tem não poder mudá-los de posição? Então, resolvi levar a pulseira para conserto.

– O conserto leva 30 dias e é feito por um profissional terceirizado. Entraremos em contato para informar o orçamento e saber se você concorda em pagar por ele, ok? – Informou a atendente da loja.

Trinta dias sem a pulseira (que simboliza tanta coisa na minha vida) é muito tempo. Mas achei que conseguiria respirar sem ela (exagero!) e concordei em deixá-la para conserto. Tá, eu sei que é muito drama da minha parte. Mas quando se gosta de algo…

Nos primeiros dias foi um pouco estranho. Como assim, meu braço sem aquele barulhinho dos pendentes batendo no relógio? Mas, como “tudo na vida a gente se acostuma”, dois dias depois eu já nem lembrava que a pulseira existia.

Trinta dias se passam e a loja entra em contato comigo:

– Senhora Claudia, o polimento da sua joia já foi feito e ela pode ser retirada. O serviço ficou em R$ 50,00.

– Olha! Não era polimento, não! Eu pedi para destravar um berloque.

– Conserto? Não era polimento?

– Não, tinha um berloque no formato de coração. E ele não passava na rosca da pulseira. Além disso, vocês falaram que entrariam em contato comigo antes do conserto para saber se eu concordava com o orçamento. Mas tudo bem, vou pagar pelo serviço desde que o conserto tenha sido feito.

– Então, Senhora Claudia, já entro em contato novamente para informar se o conserto foi realizado.

Cinco minutos se passam e a atendente da loja liga novamente:

– Conversei com a minha supervisora e não vamos cobrar pelo polimento, nem pelo conserto. Ficará como uma cortesia. Ah! Sim, o conserto foi realizado. O pingente de coração não está mais preso.

Wow! Eu não pedi nenhum desconto ou cortesia, mas fiquei feliz com a notícia. E quem não estaria?

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Dia seguinte, lá fui eu buscar “uma parte de mim”. Ao me entregar a joia, a atendente me diz:

– São R$ 50,00.

Fiquei sem reação por um momento. Como assim? Mas não era cortesia? Com o receio de passar a imagem de quem quer dar um golpe, respondi:

– Ontem vocês entraram em contato comigo e me disseram que era uma cortesia, porque não pedi para polir a peça, e sim para consertá-la. Além disso, não houve um comunicado prévio do orçamento.

– Mas aqui não tem nada escrito. Alguém ligou para a Senhora Claudia? – Ela gritou para outras atendentes.

Todo mundo da loja descobriu meu nome. Vergonha, gente! Ainda mais com a sensação de estar sendo julgada como golpista. Mas, felizmente, ouviu-se uma manifestação por parte de uma moça:

– Fui eu! Esqueci de anotar na ordem de serviço que foi cortesia. Não vamos cobrar pelo serviço.

OK, a sensação de “cara de pau” que me envolvia virou fumaça. Mas não posso deixar de comentar que não era necessário passar por isso. Imagina só se a pessoa que entrou em contato comigo por telefone não estivesse lá? Juro que não pisaria mais naquela loja, embora pagasse pela “cortesia”.

Mas a intenção dessa história toda não é desabafar ou mostrar meus sentimentos. É demonstrar o quanto faz falta uma política interna adequada a cada momento. Faltou orientação para que registrassem o que ficou combinado entre um cliente e a loja. Teriam bastado algumas palavras escritas à mão e no máximo 1 minuto de trabalho. Também não achei nada elegante, para uma joalheria, ter meu nome divulgado em alta voz para que todos os presentes soubessem que eu estava cobrando uma cortesia.

Puxa! Faltou muito pouco para que a experiência fosse inesquecível. Que pena! Quem sabe na próxima, né?

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